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- Da moda de viola ao streaming: o Brasil que canta sertanejo
Do surgimento nas zonas rurais à consolidação como fenômeno de massa, o sertanejo reflete as transformações sociais, econômicas e culturais do Brasil Por Fernanda Pugliero e Lara Oliveira A música sertaneja é um dos gêneros mais populares e influentes do Brasil, passando por diversas transformações ao longo das décadas. Desde as raízes na moda de viola, até a consolidação do sertanejo romântico nos anos 1990, com duplas como Chitãozinho e Xororó, o estilo se reinventou. Nos anos 2000, surgiu o sertanejo universitário, liderado por nomes como Jorge e Mateus. Atualmente, o gênero continua se expandindo, misturando-se com elementos do pop, eletrônico e até do funk, conquistando ainda mais espaço no cenário nacional e internacional. Além da evolução musical, o sertanejo se consolidou como um fenômeno cultural e econômico, movimentando muito dinheiro anualmente com shows, festivais e plataformas de streaming. As redes sociais desempenham um papel fundamental na divulgação de novos talentos, tornando o gênero acessível ao público. Esse estilo musical, inicialmente, ficou conhecido como sertanejo caipira (sertanejo raiz), centrado em valores católicos tradicionais e marcado pelas modas de viola e pela simplicidade. A viola antes mesmo de chegar no Brasil, já era parte importante na vida dos portugueses, que utilizavam em comemorações. A nacionalização desse instrumento ocorreu através dos caboclos que construíram cópias dos instrumentos de Portugal, dando início a uma nova tradição que ajudaria a nação a mostrar seu talento musical, e com a ajuda dos tropeiros, o hábito de tocar viola foi expandido pelo interior do país. Instrumento símbolo da cultura sertaneja, a viola se transforma ao longo do tempo Foto: Sandra Cristina Peripato A palavra “sertanejo” surgiu devido à migração do habitante nordestino (sertanejo) para o sul e sudeste do país. Inicialmente, a música denominada caipira narrava a dureza do sertão, o amor, a saudade e a simplicidade da vida no interior. A moda de viola era tocada em forma de sátira e pouco romântica. O sertanejo raiz surgiu em 1929 e durou até 1944. Por muitos anos, a cultura caipira foi discriminada e marginalizada pelo homem urbano. Atualmente, em um mundo que se preocupa com multiculturalismo e diversidade cultural, essa cultura passa a ser vista de uma forma diferente, buscando sua valorização. A chegada da rádio na década de 1920 foi muito importante para o crescimento e expansão desse ritmo. A sonoridade rural dos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Minas Gerais foi difundida e adaptada, passando a utilizar, então, o termo “sertanejo". Na década de 1930 a 1950, a rádio vivenciou a chamada “Era do Ouro" e se transformou no principal meio de divulgação de informações e artistas de vários gêneros. A mudança no estilo deu início com a dupla Léo Canhoto e Robertinho, que acrescentou em suas canções um novo instrumento: a guitarra elétrica, que na década de 1960 era a principal tendência nas bandas de rock. Os artistas seguiam influências da música country dos Estados Unidos e do rock massificado no Brasil pela Jovem Guarda, o que levava a dupla para uma proposta diferente dos demais cantores da época. Assim, surgiu então o sertanejo romântico, também considerado como estilo “brega”. Ao mesmo tempo, houve uma mudança no estilo das vestimentas, foi incorporado o uso de instrumentos musicais eletrônicos e as composições passaram a ter elementos da música urbana de massa. Léo Canhoto e Robertinho serviram de inspiração para duplas do sertanejo romântico Foto: Divulgação / g1 Com o surgimento da música sertaneja romântica, até alguns anos atrás, esse estilo era representado por duplas como Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo e Zezé di Camargo e Luciano. Já na atualidade, existe um grande número de duplas e cantores solo que se intitulam “caipiras" ou “sertanejos", mas que fogem da proposta da moda de viola. Esses se aproximam então do sertanejo universitário. Transformações sonoras e temáticas A música caipira transformou sua principal característica, falar sobre o cotidiano sertanejo/caipira. As letras que mais fazem sucesso entre o público brasileiro atualmente apresentam temas como brigas de casais, corações partidos e a dor da traição. Apesar disso, o sertanejo universitário recuperou o gosto e a herança cultural da música raiz. Grande parte das duplas do sertanejo universitário vem fazendo regravações de músicas que fizeram sucesso antigamente, durante a fase caipira. A partir de uma nova estruturação econômica brasileira, pautada na crescente industrialização e urbanização do país, ocorreu também a transformação do conteúdo rural para o urbano. Com isso, o sertanejo incorporou características da indústria cultural e tornou-se o primeiro gênero de massa mais consumido no país, devido a popularidade e inserção de novos ritmos. Além disso, os meios de comunicação e a ampliação do mercado incentivaram a difusão e consumo do gênero. Dessa forma, houve o surgimento do sertanejo universitário, por volta de 2007, criado pelos jovens universitários com um novo estilo. As músicas ressaltam a realidade da fase jovem, com símbolos sexuais, festas, dinheiro e bebidas alcoólicas. Mesmo com essa grande mudança na temática das músicas, a tendência é que esse gênero continue passando por transformações, exigidas pela sociedade, para que sobreviva. O domínio nas plataformas digitais Até chegarmos aos dias atuais, muitas letras foram modificadas e o gênero se transformou em um mercado vantajoso. Hoje, esse estilo é o que mais arrecada com Ecad (Escritório Central de Arrecadação), e que possui os shows mais caros de todo o universo musical brasileiro. A música sertaneja, utiliza do que está na internet para fazer sucesso. A marca de um carro, de um perfume ou até mesmo de uma bebida são utilizados em suas composições com o intuito de acompanhar o que as pessoas estão consumindo, ou que gostariam de consumir, sem perder sua essência. As letras mais curtas e monossilábicas também representam bem o quão grande está sendo toda essa transformação. A força do sertanejo no cenário musical brasileiro atual se reflete claramente nos rankings de plataformas de streaming. No Spotify, o gênero domina as paradas da década no Brasil, tanto entre os artistas mais ouvidos quanto nas músicas mais reproduzidas. Estilos mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify no primeiro semestre de 2020 Foto: Divulgação / g1 Artistas mais escutados na década no Brasil, segundo Spotify: Marília Mendonça Henrique e Juliano Jorge & Mateus Gusttavo Lima Zé Neto & Cristiano Matheus & Kauan Anitta Wesley Safadão Maiara & Maraisa MC Ryan SP A presença do gênero no Spotify também se destaca nas faixas mais populares do período. Músicas mais escutadas na década no Brasil: “Leão” - Marília Mendonça “Nosso Quadro” - Ana Castela Arranhão - Ao Vivo” - Henrique & Juliano “Bombonzinho - Ao Vivo” - Ana Catela, Israel & Rodolffo “Mal Feito - Ao Vivo” - Hugo & Guilherme, Marília Mendonça “Eu Gosto Assim - Ao Vivo” - Gustavo Mioto, Mari Fernandez “Liberdade Provisória - Live - Ibirapuera / 2019” - Henrique & Juliano “Erro Gostoso - Ao Vivo” - Simone Mendes “Deixe Me Ir - Acústico” - 1Kilo “Shape Of You” - Ed Sheeran Com forte presença nas plataformas de streaming e nas preferências do público, o gênero mantém sua posição de destaque ao longo da última década. Mais do que uma tendência, o sertanejo se consolida como um fenômeno cultural duradouro. A nova geração: Arley César e a versatilidade nos palcos A evolução notável do sertanejo nos últimos anos impacta também os próprios artistas que vivem e moldam essa evolução diariamente. Arley César, cantor natural de Montes Claros, hoje se destaca nas casas de shows de Uberlândia e é um exemplo dessa transformação. Ele iniciou sua carreira inspirado em nomes como Gusttavo Lima e rapidamente percebeu que o segredo do sucesso moderno está na capacidade de adaptação. "Sempre tento basear meu repertório no que o público está sentindo no momento. A gente começa mais tranquilo, deixando público a vontade e depois vai aquecendo, misturando sertanejo universitário e os clássicos modões", explica o artista. A fusão de estilos tornou-se uma característica marcante da nova geração do sertanejo. Para Arley, essa diversidade não apenas amplia o alcance do gênero, mas também respeita suas raízes. "Hoje existe o breganejo, o pagonejo, tirando o rocknejo, tudo com sertanejo a gente já viu”. Para ele, essas adaptações são muito boas e criam um grande repertório para as apresentações. “Eu mesmo, além do sertanejo raiz e universitário, incluo pop rock e axé no meu repertório para agradar a todos. Isso é super válido para alcançar o maior público possível", destaca. Essa versatilidade reflete a capacidade do sertanejo de dialogar com diferentes gerações e gostos musicais. “Eu sempre levo outros ritmos, outros estilos para que todo mundo que está presente saia bem satisfeito”, acrescenta. Arley César representa a nova geração do sertanejo, unindo estilo moderno e raiz Foto: Acervo pessoal Outro fator crucial nessa transformação foi o avanço da tecnologia e das redes sociais. Se antes o sucesso dependia das rádios, hoje plataformas como Instagram e Spotify são essenciais. "A internet veio para facilitar a divulgação. Meu Instagram é minha vitrine. Quando um bar entra em contato, a primeira coisa que pede é um vídeo ou o link do meu perfil", relata Arley. Para ele, apesar dos desafios emocionais que a exposição digital pode trazer, as redes sociais democratizaram o acesso de novos talentos ao público. Arley acredita que o sertanejo continuará evoluindo, absorvendo novas influências e consolidando-se como o gênero mais ouvido do país. "O sertanejo nunca perde sua postura. Mesmo com a chegada de outros ritmos, ele mantém seu espaço porque está na alma do brasileiro", afirma. Mesmo com as novas transformações, para ele, o sertanejo raiz ainda predomina e é o preferido do público. Ele relata que, em suas apresentações, até mesmo os adeptos a outros estilos sempre cantam músicas sertanejas. “Todo mundo gosta, toda família gosta, é um ritmo agradável”, conclui. Com planos de expandir sua carreira e investir em produções próprias, Arley representa uma nova geração de artistas que honra as tradições do sertanejo enquanto abraça as mudanças necessárias para encantar públicos cada vez mais diversos e mais conectados. A voz do público: o sertanejo como patrimônio cultural Para entender de perto esse sucesso e a paixão que atravessa o tempo e conecta milhões de pessoas, a reportagem apresenta também o relato de um fã desse gênero, que compartilhou histórias e memórias da música sertaneja. Marcello Matheus contou que desde pequeno a música sertaneja sempre esteve presente em sua vida, por conta da forte influência familiar e das raízes na zona rural. Para ele, o gênero é mais do que um estilo musical, é um “patrimônio cultural” que retrata a vida no campo e valoriza o trabalhador rural. Entre as lembranças mais marcantes, ele recorda com emoção da primeira vez que ouviu “Fogão de Lenha”, apresentada por seu pai. Na época, com oito anos, viu o pai se emocionar profundamente ao explicar que aquela canção retratava a dura realidade de ter deixado a família e os amigos aos 15 anos para buscar uma vida melhor na cidade grande. A paixão pelo sertanejo se divide entre o estilo raiz, que ele admira pela profundidade das letras e relevância histórica, e o universitário, que traz alegria e descontração para momentos com amigos e família. Entre os artistas preferidos, ele cita nomes clássicos como Milionário & José Rico, Matogrosso & Mathias, Chitãozinho & Xororó e Trio Parada Dura, e do sertanejo mais recente, Jorge & Mateus, Jads & Jadson e Henrique & Juliano, os quais são admirados pela entrega e emoção com que interpretam suas músicas. Para Marcello, um show sertanejo inesquecível precisa de um artista com presença de palco, emoção e um repertório diverso que mantenha o público envolvido do início ao fim. Além da música, ele também se identifica profundamente com a cultura sertaneja como um todo: é fã de rodeios e adota a moda country no dia a dia, tanto pelo conforto quanto pelo estilo. Sobre as mudanças no gênero ao longo dos anos, ele vê com bons olhos as novas fusões, como o sertanejo pop, sertanejo eletrônico e o funknejo, por trazerem dinamismo e novas sensações à música sem perder a essência que o conquistou desde a infância. Marcello vive e sente cada acorde da música sertaneja Foto: Acervo pessoal A trajetória da música sertaneja é marcada por transformações que refletem não apenas mudanças no gosto musical, mas também na sociedade brasileira. Das modas de viola à era digital dos streamings e redes sociais, o gênero segue como uma expressão da cultura nacional. Com forte apelo popular e capacidade de se renovar sem perder suas raízes, o sertanejo reafirma seu protagonismo no cenário musical nacional, demonstrando que mesmo diante de novas tendências, continua presente na vida dos brasileiros.
- Quando o meio vira a mensagem: a transformação do sertanejo
Por Fernanda Pugliero e Lara Oliveira Do chão batido das festas do interior às listas de mais ouvidas do Spotify, o sertanejo percorreu uma longa estrada mantendo suas raízes enquanto se reinventa para conquistar multidões. O gênero musical, nascido nas raízes caipiras do Brasil em versos simples que retratavam a lida rural, é hoje um fenômeno que movimenta cifras milionárias pelo país. Ele sustenta nomes de sucessos, arrasta multidões, ocupa o topo das plataformas digitais e é o estilo musical favorito de boa parte da população brasileira. O que explica essas transformações? Mais do que a evolução musical, a resposta está nos meios que transportam essa música – e aí entra a tecnologia. É impossível não falar sobre os impactos dos meios de comunicação e da influência tecnológica na produção e consumo da música na contemporaneidade. O sertanejo se transformou graças à tecnologia e aos meios digitais, que influenciam diretamente sua estética e alcance, isso é um fato. Por isso, as transformações e adaptações desse estilo tradicional em uma potência comercial e cultural podem ser compreendidas a partir da Escola de Toronto, em especial a teoria do canadense Marshall McLuhan e a vertente tecnológica. As raízes do sertanejo Para compreender essas transformações é essencial passar pela história e adaptações do gênero. O sertanejo surgiu ainda no início do século XX, com a moda de viola, a partir das vivências dos sertanejos, habitantes das áreas mais remotas e afastadas, como o sertão nordestino e o interior de estados como Minas Gerais, Goiás e São Paulo. A música caipira nasceu como uma forma de expressar sentimentos e experiências dessas comunidades. O grande responsável por consolidar esse novo estilo musical no Brasil foi Cornélio Pires, conhecido como o pai do gênero. Pires carrega essa fama por ser pioneiro ao trazer, não apenas a música, mas também os costumes caipiras para os grandes centros. Cornélio Pires, marco inicial da música sertaneja no Brasil Foto: Acervo/ Pero Massa/ Instituto Cornélio Pires O estilo foi desacreditado pelas maiores gravadoras daquele tempo e. com o próprio dinheiro, Cornélio Pires formou um grupo de música e lançou o primeiro disco sertanejo. Em poucos dias, aquela leva de discos desapareceu das prateleiras das lojas. O sucesso foi tão grande que outras gravadoras logo formaram novos grupos concorrentes. As primeiras letras da música sertaneja, a era do sertanejo raiz ou da música caipira, abordavam o cotidiano no campo, a tranquilidade e o contato com a natureza, exaltando a vida no interior e os famosos “causos” rurais. Algumas músicas também tinham críticas ou elogios ao Estado e chegaram a ser censuradas por desagradar líderes políticos. Com o passar dos anos, o estilo continuou conquistando cada vez mais admiradores. A chegada do rádio na década de 1920 foi muito importante para o crescimento e expansão do ritmo. Nas décadas de 1930 a 1950, o rádio vivenciou a sua chamada ‘Era do Ouro’ e se transformou no principal meio de divulgação de vários gêneros. Instrumentos como a viola, trazida pelos portugueses ao Brasil, a sanfona e o berrante tornaram-se icônicos no acompanhamento das letras que descreviam o cotidiano e as emoções dos sertanejos. As ondas de transformação Aos poucos, o sertanejo começou a ganhar mais espaço urbano e influências da música popular brasileira e até de gêneros internacionais. A introdução da guitarra elétrica por Leo Canhoto e Robertinho, no ano de 1969, é considerada para alguns o marco de uma nova geração: o sertanejo romântico. Ele apresenta letras mais sentimentais, arranjos orquestrais e melodias acessíveis a partir dos anos 1960. A consagração veio com a dupla Chitãozinho e Xororó e o sucesso estrondoso de "Somos Apaixonados" (1982), vendendo 1,5 milhão de cópias e abrindo as portas de novos espaços para o gênero, que passou a ocupar também emissoras de televisão, como a Rede Globo. As duplas se tornaram ícones da música nacional e os arranjos adquiriram instrumentos elétricos. As transformações no gênero sertanejo continuaram e nos anos 1990 surgiu o sertanejo universitário, que ganhou força entre os jovens nas universidades. Consolidado principalmente a partir dos anos 2000, ele adotou uma sonoridade mais leve e dançante, incorporando influências do pop, axé e funk. As letras também mudaram: tornaram-se fáceis de memorizar e passaram a retratar baladas, relações amorosas e o cotidiano jovem. Além dos tradicionais DVD, da TV e do rádio, os meios digitais foram fundamentais para a divulgação do estilo, com músicas e shows que rapidamente explodem no YouTube e permitem a interação dos fãs. O sertanejo universitário, com nomes como Jorge e Mateus, fidelizou o público, marcou gerações e ampliou o sucesso da música sertaneja. A trilha sonora de tantas histórias, as canções de Jorge e Mateus marcaram gerações Foto: Jhonnathas Franco Fragmentações e novos caminhos A partir de 2010, o sertanejo se fragmentou em diversas vertentes, refletindo as mudanças culturais e a expansão do público. Uma das vertentes mais marcantes foi o feminejo, que destacou o protagonismo feminino para o gênero, com artistas como Marília Mendonça, Maiara e Maraísa e Naiara Azevedo. Suas músicas abordam temas de empoderamento e novas perspectivas sobre relacionamentos. Hoje, o sertanejo preserva traços de sua primeira geração, mas também se renova com a força das tantas fusões musicais, como popnejo, funknejo e o agronejo – este último resgata o orgulho da vida rural. Fenômeno nas redes sociais, a cantora Ana Castela conquista o Brasil com suas fusões no sertanejo Foto: Érico Andrade/ g1 As vertentes e fusões são respostas diretas às exigências do mercado e à lógica dos algoritmos: músicas curtas, dançantes, fáceis de viralizar. Nesse novo cenário, o sertanejo não canta apenas para o interior, mas para uma população hiperconectada, que descobre e consome música em plataformas como Spotify, TikTok e Instagram o dia inteiro. Essas plataformas, colocaram artistas em contato direto com seu público, permitindo interações e rompendo as barreiras geográficas e editoriais das mídias tradicionais. O sertanejo de hoje é múltiplo, comercial e profundamente influenciado pelas lógicas digitais, um gênero que se adapta para sobreviver e dominar. Tem quem diga que ele se perdeu de suas raízes. No entanto, é o público que determina o quê e como será produzido. Cabe ao gênero e a seus artistas se reinventarem, se adaptarem às tecnologias, criando vertentes que acompanhem as transformações culturais e sociais de seu público. O sertanejo soube fazer isso como nenhum outro gênero. O sertanejo sob a ótica da Escola de Toronto As transformações do sertanejo podem ser analisadas sob a ótica da Escola de Toronto, especialmente pela vertente tecnológica do estudo dos meios. Um de seus principais pensadores, Marshall McLuhan, cunhou a famosa frase: “O meio é a mensagem” , ou seja, não é apenas o conteúdo que importa, mas onde ele é transmitido. Nessa perspectiva, os meios de comunicação não são apenas veículos neutros de transmissão, eles moldam a própria mensagem e transformam a forma como percebemos e vivenciamos o mundo. No contexto do sertanejo, essa máxima ganha uma nova dimensão. Ao aplicarmos essa ideia ao cenário do sertanejo, percebemos que o gênero não seria o que é hoje sem os meios que o impulsionaram. A transição dos discos de vinil e programas de rádio para as plataformas de streaming, redes sociais e videoclipes no YouTube alterou profundamente não só a estética da música, mas também a maneira como o público interage com ela. O rádio levou a música às zonas rurais e urbanas, a TV transformou artistas em ídolos nacionais e a internet multiplicou o acesso e as possibilidades do ritmo. Na era analógica, o sertanejo raiz, com suas letras nostálgicas sobre a vida no campo, era veiculado principalmente por emissoras de rádio e festivais regionais. Já o sertanejo universitário e suas variantes contemporâneas, que misturam batidas eletrônicas, funk e pop, são moldados para viralizar no TikTok, tocar nas playlists de algoritmos e gerar engajamento instantâneo. O estilo se tornou uma verdadeira fábrica de hits, com refrões curtos e dançantes moldados para viralizar e não sair da cabeça de seus fãs. Essa mudança no meio altera a mensagem: o novo sertanejo fala mais de festas, relacionamentos urbanos e consumo, refletindo o contexto digital e urbano de seu público atual. Mais do que nunca, a tecnologia se torna o próprio meio e a própria mensagem, moldando sons, temas e estéticas. Em outra de suas formulações mais conhecidas, McLuhan propôs o conceito de aldeia global : a ideia de que as tecnologias da informação encurtam distâncias e conectam pessoas do mundo inteiro em tempo real, como se estivéssemos todos em uma única aldeia. O que hoje é uma realidade global foi previsto pelo olhar inovador de um verdadeiro gênio. McLuhan foi capaz de enxergar a internet décadas antes de sua criação. O sertanejo vive hoje essa aldeia global . Um clipe gravado em Goiânia pode viralizar em minutos e ser assistido em Tóquio. Um refrão criado num estúdio no interior de Minas pode virar trend mundial no TikTok. A música que antes precisava de rádio para alcançar o público, hoje se espalha por likes, reposts e algoritmos. Os meios digitais não só influenciaram sua produção, mas também modificaram a forma como a música é consumida. O sucesso depende de métricas, de engajamento e de presença online constante. O som é importante, mas a estética, o vídeo e o corte curto e viralizável para a aldeia global também fazem parte do pacote. O sertanejo entendeu isso como poucos e se transformou para atingir cada vez mais um público maior e mais conectado. O meio é a nova melodia A corrente tecnológica transformou o processo de produção musical. Estamos nos referindo às inovações técnicas, sonoras, instrumentais, aos elementos da narrativa poética e principalmente, às novas plataformas de divulgação. Softwares de gravação, autotune, sampleamento, colaborações e interações permitem que artistas experimentem fusões antes impensáveis. O sertanejo deixou de ser exclusivamente rural para se tornar um mosaico sonoro: sertanejo com funk, com eletrônico e até com trap. Essa hibridez potencializada pela tecnologia não apenas moderniza o som, mas amplia o alcance do gênero, rompendo barreiras geográficas e culturais. Paixão que arrasta multidões! A força do público sertanejo que lota shows por todo o Brasil. Foto: Alisson Demetrio Nesse cenário, o sertanejo encarna perfeitamente a ideia mcluhaniana de que os meios moldam o conteúdo e a recepção dele. A linguagem visual dos clipes e os “versos-chiclete” pensados para as trends mostram que, mais do que nunca, o meio (as plataformas digitais) é também a mensagem que cativa, converte e fideliza o público. Não se trata de perder suas raízes, mas de expandi-las. É nisso que acreditamos: o sertanejo sabe se multiplicar e se adaptar, alcançando cada vez mais pessoas e se mantendo no topo. Em suma, a transformação do sertanejo não é apenas musical – é também comunicacional. Ele representa como a cultura popular precisa se adaptar às novas tecnologias e como os meios contemporâneos redefinem o conteúdo que veiculam. A fusão de ritmos e o uso estratégico das ferramentas digitais não apenas ampliam seu alcance, mas permitem transformações e resistências do gênero. Lançamentos estratégicos, canções virais e a forte presença digital são hoje fundamentais para impulsionar carreiras e garantir a popularidade do sertanejo nas novas gerações. Defendemos que a tecnologia e os meios digitais não apenas divulgaram o sertanejo: eles o transformaram. A música passou a ser moldada pelo formato que a carrega. McLuhan estaria certo – no sertanejo digital, o meio é, de fato, a mensagem. E é essa mensagem que hoje ecoa do interior aos grandes centros urbanos, conectando pessoas, emoções e identidades através da rede, como numa verdadeira aldeia global, provando que, no Brasil, a trilha sonora do povo evolui junto com os fios da rede.
- Cultura e paixão: o Brasil dos festivais sertanejos
Eventos do gênero reúnem tradição, modernidade e movimentam a economia em diferentes regiões do país Por Fernanda Pugliero Com raízes na cultura brasileira, a música sertaneja conquistou palcos em todo o país e está presente em alguns dos maiores festivais nacionais. Os eventos sertanejos são manifestações vivas da cultura brasileira, que unem tradição, modernidade e uma conexão profunda com o público. De Norte a Sul, cada festival contribui para fortalecer a identidade do sertanejo, movimentar a economia regional e promover experiências inesquecíveis. Neste texto, você confere os principais festivais sertanejos: Caldas Country Festival, Ribeirão Rodeo Music, Festa do Peão de Barretos, Jaguariúna Rodeo Festival e Expocrato. Caldas Country Festival O Caldas Country Festival reúne milhares de pessoas na celebração da música e da cultura sertaneja Foto: Divulgação / Caldas Country Festival O Caldas Country é um dos maiores e mais tradicionais festivais de música sertaneja do Brasil. Ele acontece anualmente em Caldas Novas (GO), e geralmente, tem a duração de dois dias, no mês de novembro, e reúne grandes nomes do sertanejo e de outros gêneros como funk e eletrônico. O evento atrai milhares de pessoas de todo o país, que durante o festival entram no clima, com festas acontecendo em hotéis, clubes e nas ruas. Criado em 2006, o festival ajuda a impulsionar a economia da cidade, além de gerar um grande número de empregos na época dos shows. A edição de 2025 acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro e as atrações confirmadas até o momento são: Leonardo, Maiara e Maraisa, Nattanzinho e Luan Santana. Ribeirão Rodeo Music O Ribeirão Rodeo Music reafirma a força da música sertaneja no interior paulista Foto: Divulgação / Ribeirão Rodeo Music O Ribeirão Rodeo Music (RRM) é um dos maiores eventos de música sertaneja e cultura country do Brasil, realizado anualmente em Ribeirão Preto (SP), no Parque Permanente de Exposições de Ribeirão Preto. Além dos shows, o RRM mantém a tradição do rodeio, com provas como montarias em touros e cavalos, Team Penning, Três Tambores e Ranch Sorting. Em 2025, o festival chega à sua 19ª edição. A programação conta com grandes shows, competições de rodeio e experiências tecnológicas inovadoras. Neste ano, o evento também promove o Concurso de Viola Caipira, no dia 30 de abril, no Espaço Raiz, valorizando a música sertaneja raiz. O RRM 2025 acontece nos dias 26 e 30 de abril, e 2 e 3 de maio. E conta com 16 atrações de destaque no cenário musical brasileiro. Confira a programação de shows: 26/04 - Ana Castela, Matheus & Kauan, Dennis, Felipe & Rodrigo 30/04 - Chitãozinho & Xororó, Hugo & Guilherme, Alok, Bruninho & Davi 02/05 - Zezé Di Camargo & Luciano, Zé Neto & Cristiano, Nattan, Diego & Arnaldo 03/05 - Jorge & Mateus, Luan Santana, Murilo Huff, Clayton & Romário Festa do Peão de Barretos Festa do Peão de Barretos reforça sua importância com estrutura de arena internacional e grande público Foto: Ricardo Nasi / G1 A Festa do Peão de Barretos é o maior evento de rodeio da América Latina e um dos mais tradicionais do Brasil. Realizada anualmente em Barretos (SP), no Parque do Peão, é tradicionalmente promovida no mês de agosto. A essência da festa está no rodeio, com competições como montarias em touros e cavalos, provas de laço e o tradicional Cutiano. O festival também preserva a tradição da Queima do Alho, concurso que elege a melhor comitiva pela apresentação de seus pratos. A Festa do Peão teve início nos anos 1950, idealizada pelo grupo “Os Independentes", ainda responsável pela organização atualmente, com o objetivo de arrecadar recursos para instituições assistenciais da região de Barretos. Desde então, o evento mantém essa essência filantrópica. Na época, todos os membros do grupo tinham forte ligação com o setor agropecuário local. Já na década de 1960, a iniciativa de rodeios no Brasil cresceu significativamente, e muitos peões passaram a competir em diversas festas pelo país, em busca de reconhecimento e premiações. A edição de 2025 marca o 70º aniversário do evento e acontecerá de 21 a 31 de agosto. Confira as atrações divulgadas até o momento: Shows do estádio: 21/08 - Fernando & Sorocaba / João Bosco & Vinícius / Guilherme & Santiago 22/08 - Bruno & Marrone / Hugo & Guilherme / Murilo Huff 23/08 - Ana Castela / Zé Neto & Cristiano com participação especial de Diego & Arnaldo / Nattan 24/08 - Matheus & Kauan / Léo Foguete / Felipe & Rodrigo 25/08 - Frei Gilson 27/08 - Daniel Projeto “Cê Tá Doido” com Ícaro & Gilmar, Panda e Humberto & Ronaldo 30/08 - Edson & Hudson / César Menotti & Fabiano / Rionegro & Solimões Shows palco amanhecer: 22/08 - VH & Alexandre / Munhoz & Mariano / Us Agroboy / Henrique & Diego / Luiz Cláudio & Giuliano 23/08 - Guilherme & Benuto / Maria Cecília & Rodolfo / Léo & Raphael / Jiraya Uai / Diego & Arnaldo 25/08 - Gian & Giovani / Augusto & Atílio 26/08 - Bruno & Barretto / Jads & Jadson 27/08 - João Villa & Rafael / Lorena Cristine Jaguariúna Rodeo Festival Jaguariúna Rodeo Festival une tradição, modernidade e forte apelo popular Foto: Divulgação / Jaguariúna Rodeo Festival O Jaguariúna Rodeo Festival é um dos principais eventos do gênero no Brasil. Realizado anualmente na cidade de Jaguariúna (SP). Geralmente, ocorre em setembro, ao longo de dois finais de semana, no Red Park. Conhecido por sua estrutura grandiosa e atrações de alto nível, o festival mistura rodeio, shows, gastronomia e entretenimento. O festival começou nos anos 1980, inspirado pelo sucesso da Festa do Peão de Barretos e já se tornou referência nacional no circuito de rodeios e eventos sertanejos, atraindo milhares de pessoas de todo o Brasil e do exterior. Em 2025, o Jaguariúna Rodeo Festival completa 36 anos. A edição deste ano será realizada de 19 a 27 de setembro com diversas atrações já confirmadas. Confira as divulgadas até o momento: 19/09 - Chitãozinho & Xororó, Lauana Prado, Felipe & Rodrigo e Murilo Huff 27/09 - Kacey Musgraves Expocrato Festival Expocrato consolida sua posição como o maior evento musical sertanejo do interior nordestino Foto: Divulgação / Festival Expocrato A Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados (Expocrato) é considerada o maior evento agropecuário e cultural do gênero no Norte-Nordeste do país. É realizado anualmente na cidade do Crato (CE), no Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti. Com mais de 80 anos de história, além dos shows, a feira oferece uma variedade de atrações culturais, como apresentações folclóricas, exposições de artesanato, culinária típica e agropecuária. A primeira edição da Expocrato aconteceu em 1944, idealizada por lideranças locais, como o professor Pedro Felício Cavalcanti, que dá nome ao parque onde o evento acontece até hoje. Inicialmente, o foco era a exposição e leilão de animais, promovendo o desenvolvimento da agropecuária regional. Com o passar dos anos, a Expocrato cresceu, incorporando elementos culturais e artísticos. A edição da Expocrato 2025 ocorrerá de 11 a 20 de julho, serão nove dias de festa (exceto no dia 14). Confira a programação abaixo: 11/07 - Roberto Carlos 12/07 - Sorriso Maroto, Pablo, Mari Fernandez, Manu Bahtidão, Thiago Freitas, Jatinhos do Forró e Raphael Belo Xote 13/07 - Matuê, Hungria, Wiu + Teto, Mc Tuto, Rogerinho, John John, Guto Sobreira e Paulo Breno 15/07 - À vontade (Zezo/Luan Estilizado/Raí Saia Rodada), Atemporal (Calcinha Preta), Playlist (Limão com Mel), Marcynho Sensação, Toca do Vale, Leonardo de Luna 16/07 - Luan Santana, Bruno & Marrone, Leonardo, João Gomes, Matheus & Kauan, Grelo e Natan Alves 17/07 - Nattan, Henrique & Juliano, Léo Santana, Menos é Mais, Felipe Amorim, Manim Vaqueiro e Pé De Calçada 18/07 - Wesley Safadão, Natanzinho Lima, Murilo Huff, Taty Girl, Eric Land, Luiz Fidelis e Forró Namoro Novo 19/07 - Jorge & Mateus, Xand Avião, Henry Freitas, Jonas Esticado, Matheus Fernandes, Ávine Vinny, Pagode Do Jorginho e Belo Samba 20/07 - Bell Marques, Simone Mendes, Léo Foguete, Belo, Zé Vaqueiro, Tarcísio Do Acordeon e Celsinho
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SOBRE N S ´ Esta iniciativa é um projeto acadêmico experimental desenvolvido por estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A produção do blog está vinculada às disciplinas: Projeto Interdisciplinar em Comunicação II, Técnicas de Reportagem, Entrevista e Redação Jornalística, Planejamento Gráfico, Teorias da Comunicação I e Gêneros Discursivos e Argumentação, sob a orientação das professoras Ana Paula Teixeira, Mirna Tonus, Christiane Pitanga, Adriana Omena e Maria Cecília, respectivamente. O projeto tem como objetivo explorar o universo da música sertaneja sob diferentes perspectivas e conectar usuários pelos seus gostos musicais. Os textos, fotografias e outros conteúdos publicados são de responsabilidade única e exclusiva das autoras do blog. Fernanda Pugliero Estudante de Jornalismo Sou apaixonada por escrita, leitura, música sertaneja e pelo mundo dos esportes, mais especificamente por vôlei, fórmula 1 e futebol. Sou torcedora fanática do Palmeiras. Atualmente, estou cursando Jornalismo na Universidade Federal de Uberlândia, um curso pelo qual me apaixonei pela pluralidade que proporciona e por juntar todas as minhas principais paixões. Lara Oliveira Estudante de Jornalismo Cearense e apaixonada por comunicação desde a infância. Carrego comigo valores de fé, família e resiliência. Atualmente, sou estudante de Jornalismo na UFU. O esporte também faz parte da minha essência, sou torcedora fiel do Fortaleza EC . Aqui, compartilho minha paixão com a música sertaneja, experiências e aprendizados. Agradecemos sua visita e esperamos que você se sinta parte de uma comunidade que compartilha a mesma paixão musical, sendo convidado a interagir com as publicações.
- sertanejo | blog de música
Aqui, você encontra tudo sobre o universo da música sertaneja: novidades, curiosidades, histórias de grandes artistas e análises dos sucessos que embalam o Brasil. Seja modão raiz ou o sertanejo universitário, este é o lugar certo para quem vive e sente essa paixão. PLAYLISTS Preparamos algumas playlists especiais com os maiores sucessos do gênero, trazendo o melhor do sertanejo atual e clássico. Aperte o play!
- Termos e Condições | SERTANEJO
Termos e Condições Isenção de responsabilidade jurídica Os esclarecimentos e informações prestados nesta página têm apenas a finalidade geral e pouco específica de como redigir seus próprios documentos de Termos e Condições. Você não deve se fiar neste artigo como orientação jurídica ou como recomendações sobre o que você deve efetivamente fazer, pois não podemos saber de antemão quais são os termos específicos que você deseja estipular entre a sua empresa e seus clientes e visitantes. Recomendamos que você busque orientação jurídica se precisar de ajuda para entender e criar seus próprios Termos e Condições. Termos e Condições - noções fundamentais Dito isso, Termos e Condições (“T&C”) são um conjunto de termos juridicamente vinculantes definidos por você, na qualidade de proprietário deste site. Os T&C estabelecem o marco jurídico que rege as atividades dos visitantes do site, ou seus clientes, durante a sua visita ou interação com este site. A intenção dos T&C é estabelecer a relação jurídica entre os visitantes do site e você, o proprietário do site. OS T&C devem ser estabelecidos de acordo com as necessidades específicas e a natureza de cada site. Por exemplo, um site que oferece produtos a clientes envolvendo transações de comércio eletrônico precisa ter T&C que sejam diferentes dos T&C de um site que oferece somente informações (como um blog, uma página inicial de encaminhamento a outras e assim por diante). T&C dão a você, como proprietário do site, a possibilidade de se proteger contra possíveis exposições jurídicas. Porém, isso pode diferir de jurisdição para jurisdição, então procure orientação jurídica local se pretender se proteger de exposição jurídica. O que incluir no documento de T&C Em termos gerais, os T&C costumam regular as seguintes questões: quem pode usar o site; as formas de pagamento possíveis; uma declaração de que o proprietário do site pode alterar as suas ofertas no futuro; os tipos de garantia que o proprietário do site dá para os seus clientes; uma referência a questões de propriedade intelectual ou copyright, quando relevante; o direito do proprietário do site de suspender ou cancelar a conta de um membro; e muito mais. Para saber mais a respeito, confira o nosso artigo .